A rinoplastia é o sonho de muitas pessoas que desejam melhorar a aparência do nariz e, consequentemente, harmonizar a face. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, o procedimento superou a lipoaspiração e foi o mais realizado em 2020. Porém, é necessário ter equilíbrio para que essa alteração não seja um gatilho.
Um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, revelou que 87% dos participantes da pesquisa que procuraram uma cirurgia estética se sentem mais felizes, hoje, com a imagem corporal após realizarem o procedimento. Os dados evidenciam como a relação entre nossas emoções está diretamente ligada à aparência. No caso da rinoplastia, um nariz desproporcional pode causar uma visão distorcida do indivíduo sobre si, afetando até mesmo suas relações pessoais, gerando prejuízos sociocomportamentais.
Neste sentido, é fundamental que o cirurgião plástico alerte o paciente de que a cirurgia plástica não resolve magicamente todos os problemas relacionados à autoimagem e às possíveis inseguranças. Pessoas com esse tipo de comportamento dificilmente estarão satisfeitas com qualquer resultado apresentado por uma cirurgia plástica. Embora as intervenções cirúrgicas contribuam para melhorar significativamente a autoestima, elas não são a solução para problemas de ordem emocional ou imperfeições imaginárias, referentes a uma condição psiquiátrica.
Em meio ao contexto da pandemia, muitas pessoas passaram a buscar procedimentos estéticos para se sentirem mais confiantes em vídeo-chamadas e liberarem hormônios neurotransmissores de prazer, como a dopamina e serotonina. Quando a ansiedade é constante, aumenta-se a necessidade de liberação desses neurotransmissores. O perigo desta combinação é que disfunções nesta conexão podem causar uma falta de percepção da realidade, e o paciente pode não entender o ideal do exagero. Mesmo com a cirurgia plástica atingindo a beleza procurada, o paciente pode nunca estar satisfeito.
Entender a verdadeira razão por trás da cirurgia plástica é muito importante para cuidar também da saúde mental do paciente. Assim, é possível definir a diferença de uma necessidade real ou um aprimoramento estético necessário de um exagero. Nesses casos, uma consulta psicológica no pré-cirúrgico é recomendada.